segunda-feira, 16 de novembro de 2015

MIRA – Mostra de Novo Cinema Espanhol


  


Entre os dias 24 e 27 de novembro, acontece na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) a MIRA – Mostra de Novo Cinema Espanhol. As exibições e debates com os diretores Lois Patiño, Elena Duque, Eloy Dominguez e Maria Cañas,  apresentam novos caminhos do cinema experimental na Espanha, que nos levarão a transitar pela não ficção, o documentário experimental e outras derivas narrativas, alcançando o cinema de apropriação e de found footage, a animação experimental, o Super 8 e a film performance. Entrada franca. 

PROGRAMAÇÃO


24/11 (terça)
10h – Oficina de Animação Povera – Elena Duque – 120 min.
A oficina será realizada em espanhol.

Para além do desenho animado e da imitação naturalista da realidade, a animação também é um veículo para a experimentação. Cores, texturas, jogos perceptivos e materiais diversos  são recursos que abrem as portas para novas formas de ver o mundo. Distante dos estúdios e próximo ao trabalho solitário do autor, a oficina de animação “povera” pretende pensar o trabalho da animação a partir da “pobreza” – em termos econômicos, mas não estéticos—dos seus materiais e dos métodos de guerrilha, nos quais a idéia é privilegiada em relação à técnica, e o aproveitamento de materiais acessíveis é mais importante do que os altos custos de produção. Inscrições: salapfgastal@gmail.com

19h - Programa: “Não ficção e documentário experimental. A paisagem e sua dimensão” 1.1 - Curtas de Lois Patiño – 56 min.

Montanha na sombra (Montaña en sombra) (2012) 14 min.
Sem diálogos.
Obra poética que se aproxima da relação entre o homem e a imendisão da paisagem. Vemos, de longe, a atividade de esquiadores na neve. Enquanto isso, pessoas são vistas de longe, encarando a montanha. Existe a ideia de filmar a montanha como um rosto. Uma montanha vista a partir de sua altura, os esquiadores movendo-se ao longo de seu corpo nevado.

Na vibração (Na vibración) (2012) 12 min.
Sem diálogos.
O filme apresenta uma viagem poética através de uma paisagem virgem onde se pode observar os processos de formação da Terra: placas tectônicas, lava, vulcões, cachoeiras... tudo é extremo em sua violência e tamanho. O ser humano, insignificante, se vê oprimido e excluído deste processo.

Noite sem distância (Noite sem distancia) (2015) 23 min.
Em português e galego.
Um instante da memória da paisagem. O contrabando cruzou durante séculos a fronteira entre Portugal ea Galícia. A Sierra do Gerês não conhece fronteiras e suas rochas cruzam insolentemente a fronteira entre os países. Os contrabandistas também desobedecem essa separação. As rochas, o rio, as árvores, testemunhas silenciosas, ajudam a escondê-los. Só é preciso esperar a noite para atravessar a distância que os separa.

Extratos da imagem (Estratos de la imagen) (2015) 7 min.
Sem diálogos. 
Reflexão sobre a imagem e a experiência contemplativa de fatores do tempo, cor e movimento. Concentramos nossa atenção na relação homem-paisagem enfrentando as duas dimensões temporais: a geológica e a humana.

20h - Programa: “Montagem e Apropriação. A segunda vida das imagens” - Curtas de Maria Cañas – 86 min (debate após a sessão)

Meu Pigman, Moribundia e A vingança do touro (My Pigman, Moribundia e Toro’s revenge) (2005-2006) 6 min 
Espanhol com legendas em inglês.
Delirante discurso que utiliza como base dois animais ancestrais, o porco e o touro, tipicamente enraizados na idiossincrasia espanhola. De um lado My Pigman da um novo sentido para a frase: “Da imagem contemporânea pode se aproveitar tudo, igual a carne do porco”. Moribundia e Toro's Revenge aponta para a relação do homem com o touro, de suas incorreções e do espírito punk. Ambos os filmes tentam subverter os clichês e satirizar elementos da cultura popular.

Deus ri nas alturas e Thriller sagrado (Dios se ríe en las alturas y Holy thriller) (2011) 5 min.
Espanhol com legendas em inglês.

Díptico celestial onde os ovnis se transformam na catedral do futuro e somos todos deuses. Michael Jackson é homenageado em uma versão sacro pop onde o histerismo pop e as solenes manifestações de paixões religiosas se tornam uma coisa só.

Vou dizer a Deus que te apunhale (Voy a decirle a Dios que te apuñale) (2011) 5 min.
Espanhol com legendas em inglês.
Quem disse que o grande Benny Hill está morto? Aqui ele segue (pelo menos em espírito) e, com ele, as brincadeiras de Pajares, Esteso, Walter Mathau e demais espíritos cômicos, talentosos fantasmas que derramaram seu humor corrosivo e veneno nos corpos e almas desses gurus delirantes.

Minha luta (Mi lucha) (2011) 5 min.
Espanhol com legendas em inglês.
Três deuses do olímpo pulverizam seu tédio eterno escolhendo entre a raça humana um homem a quem atribuem um poder absoluto. Esse homem se chama Adolf Hitler e o resto... bom, o resto é história.

O compasso da multidão (Al compás de la marabunta) (2015) 4 min.
Espanhol com legendas em inglês.
Al compás de la marabunta ou A Semana Santa, esse trabalho de formiga, indaga a essência animal das pessoas e o seu fervor nas procissões religiosas.

Meet my Meat N.Y. (2007) 7 min.
Espanhol com legendas em inglês.
Uma visão do sonho americano a partir de Times Square: turistas, luzes, tráfego e lixo, uma radiografia suscinta e pessoal do american way of life.

Se vilhana. A Sevilha do Diabo (Sé villana. La Sevilla del Diablo) (2013) 40 min.
Espanhol com legendas em inglês.
Incisiva e grotesca mistura de temas sevilhanos que refletem a profunda relação de amor e ódio da autora com sua cidade. Uma viagem pelo essencial de Sevilha, suas tradições mais arraigadas e suas (extravagantes) derivações, como mecanismo de pensamento e de resistência a tudo que a cerca.

25/11 (quarta)
10h00 – Oficina de Animação Povera Elena Duque – 180 min.

14h30 – Master Class: O “cine porcino” e as “videomaquias" de María Cañas: videoguerrilla, "risastencia" e menos grana é mais criatividade - Maria Cañas – 120 min.
Conferência será ministrada em espanhol.

Nesta sessão convidamos o público a participar de um passeio audiovisual preparado pela artista onde agitaremos e questionaremos as imagens, para que assim, nos transformemos em seres mais críticos, selvagens e criativos. Também será um momento para conhecermos algo mais sobre o processo criativo e para que tratemos de alguns temas relacionados com as novas narrativas cinematográficas pós-internet.

20h - Programa: “Não ficção e documentário experimental. Diário filmado e cinema em primeira pessoa”
No cow on the ice, de Eloy Domínguez – 83 min.
Sueco e galego com legendas e inglês.
Um jovem cineasta galego migra para a Suécia, onde vive fazendo trabalhos temporários. Aprender um novo idioma e o fascínio pela paisagem sueca tornan-se suas motivações e o ajudam enfretar as adversas condições de vida. Para aprender sobre a cultura, a sociedade e esse novo modo de vida, terá que criar uma nova identidade. Parece oportuno evocar a vasta obra de Jonas Mekas para introduzir esse diário filmado, especialmente considerando a riqueza de situações e delicadeza da abordagem. Domínguez se concentra em como é difícil adotar uma nova linguagem que o permita desenvolver uma relacionamento profundo entre a paisagem e uma diversificada cultura humana.Filmado ao longo de vários anos, o diretor consegue, com uma montagem bastante precisa, registrar esse longo processo que começa com pensamentos solitários e evolui para uma conversa. 

Encontro Lois Patiño e Eloy Domínguez - “Novos caminhos da ficção”
Este encontro vai reunir dois dos mais importantes criadores de não-ficção contemporânea na Espanha. Ambos os diretores falarão sobre seus processos criativos e autores que os influenciaram. Durante a sessão veremos imagens de seus trabalhos e projetos. Por fim, realizarão uma revisão da situação atual do cinema não-narrativo na Espanha e uma discussão com o público.

26/11 (quinta)
10h00 – Oficina de Animação Povera – Elena Duque – 180 min.

19h - Programa: ”Espaço Cinemateca. Arquivo e Memória do Cinema Espanhol” - Curtas da Mostra (S8) – 60 min.

Essência dos Festivais (Esencia de Verbena) (Ernesto Giménez Caballero, 1930) 11 min.
Silencioso.
Sinfonia da cidade de Madri em chave surrealista, hoje  considerada uma das principais expressões do cinema de vanguarda espanhol, o filme navega entre o documental clássico e a audácia formal das vanguardas artísticas em uma colagem visual e desinibida do que são os festivais e, acima de tudo, a sua essência - rodas, barracas de churros, “gigantes y cabezudos”, barracas de carnaval, touros - … numa visão lúdica e surreal, que se relaciona diretamente com as obras de Man Ray ou Hans Richter.

O orador (El Orador) (Feliciano Vitores, 1928) 4 min.
Espanhol com legendas em inglês.
Experiência dadaísta filmada com o rudimentar sistema de som Phonofilm em um único plano sequência estático onde o escritor Ramón Gómez de la Serna, prolífico escritor e jornalista da vanguarda espanhola no início do século XX, tece um monólogo humorístico sobre o monóculo sem lentes, os sons de curral e a importância das mãos na arte da oratória.

Vigo receba sua Excelência o Presidente da República (Recibimiento de Vigo a su Excelencia el Presidente de la República) (Ramón Barreiro, 1934) 8 min.
Sem diálogos.

O filme sonoro preservado mais antigo da história do cinema na Galícia. Cinejornal feito pela empresa "Folk", que inclui uma visita do Presidente da República, Niceto Alcalá Zamora, a Vigo, em 1934.

O carro e o homem (O Carro e o Home) (Antonio Román, 1940) 12 min.
Galego sem legendas.
Este filme, parte fundamental da cinematografia galega, relaciona-se com as vanguardas anteriores à Guerra Civil Espanhola, onde sua montagem rítmica e o poder das imagens evocam os mestres soviéticos do cinema mudo. O carro representa muito mais do que uma ferramenta de trabalho na Galícia rural. Era parte da cultura, da paisagem e do cotidiano dos camponeses. O filme mostra o ciclo de vida de um carro desde a sua construção até sua "morte", juntamente com outras tarefas da vida diária em uma pequena cidade do interior da Galicía, como a confecção de malhas e de roupas de linho, trabalhos tradicionais já desaparecidos.

Galicia en NO-DO (1944-1972) 16 min.
Galego sem legendas.
Seleção de documentários e cinejornais realizados na Galícia pela NO-DO (Noticiarios y Documentales), serviço de divulgação e difusão de notícias e reportagens de exibição obrigatória nos cinemas espanhóis durante a ditadura de Franco. Serão exibidos os seguintes filmes: Partido Baloncesto, Sección Femenina (1944, 1 min), Contrastes de Galicia (1952, 12 min) e Miss Paraguas 1968 (1968, 2 min).

Cinema amador (Cine Amateur) (Jose Ernesto Díaz-Noriega – JEDN, 1965) 4 min.
 Espanhol sem legendas.
Musical ao ritmo cuplé, que descreve o passo a passo para se tornar um bom cineasta amador.
O filme ganharia mais de vinte prêmios em festivais de cinema amador em toda a Europa, com destaque para a Palma de Ouro de melhor curta amador no Festival de Cannes (França) em 1967.

Sever Odnum (Mundo Revés) (Jose Ernesto Díaz-Noriega – JEDN, 1964) 4 min.
Sem diálogos.
Em colaboração com J. Luca de Tena, Server Odnum (mundo revés) é uma piada cinematográfica  onde filmes pretensiosos e sem conteúdo que competem em alguns festivais de cinema amador da época são parodiados.

Mosaico de canções de Andrés do Barro (Mosaico de Canciones de Andrés do Barro). (NO-DO. Raúl Peña, 1972) 3 min.
Sem diálogos.
Documentário realizado pela NO-DO que inclui a realização de um dos mais prestigiados jovens  artistas da música espanhola, Andrés do Barro, que interpreta sua canção “Pandeirada” que fala sobre as paisagens da Galícia, com o intuito de promovê-la como destino turístico.

20h - Programa: “Sinais do Novo Cinema Espanhol” - Curtas da Mostra (S8) – 65min.
Debate após a sessão com os curadores da mostra.
A descoberta de Américo – work in progress (El Descubrimiento de Américo – work in progress) (Miguel Mariño, 2015) 29 min.
Galego com legendas em inglês.
No final de 2012, recebi três latas de filme de 16mm. Sozinho, me aventurei com meu projetor a caminho da primeira exibição. Caminhei mil vezes por este mundo, mas sempre acabei no mesmo lugar. Imagens que para mim representam ao mesmo tempo o fim e o início de uma jornada. O filme apresentado está ainda em processo de finalização.
Grrr! nº7: e as chaminés deciciram escapar (Grrr! nº7: y las chimeneas decidieron escapar) (Oliver Laxe, 2006) 12 min.
Sem diálogos.
Sétima e última obra da série Grrr!, pequenos grunhidos perante uma realidade onde a nostalgia se impõe sobre o presente. Rodado para “explorar os pedaços do tempo”, o branco e preto filmado em 16mm impregna-se de impulsos, esmaltes, cortes e borrões. Retrato urbano de uma cidade que poderia ser qualquer uma. Um itinerário agitado e visceral partindo da periferia de um trajeto - árvore e brisa, até o interior desta realidade tão esmagadora, decepcionante. Impossibilidade natural, desenraizamento absoluto.

Ser de luz (Ser de luz) (Diana Toucedo, 2009) 6 min.
Sem diálogos.
Trabalho de apropriação que sobrepõe imagens de uma das obras primas do ‘found footage,’ Film Ist, de Gustav Deutsch, com o segundo filme de Segundo de Chomón –El negro que tenía el alma blanca– e os Preludes 1-6 de Brakhage. “Imagens de movimento e tempo selecionadas para indagar nossos medos, a pluralidade de nossos corpos e a fraqueza comprometida de nossa luz”

Bionte (Lucia Vilela, 2015) 6 min.
Silencioso.
Representação fragmentada do movimento do líquen invasor. A projeção das suas formas, texturas e cores se relaciona com a decomposição micro orgânica da emulsão fotográfica.

Sem Deus nem Santa Maria (Sin Dios ni Santa María) (Helena Girón y Samuel M. Delgado, 2015) 12 min.
Espanhol com legendas em inglês.
Filmada em película 16mm vencida e revelada a mão, esta exploração mágico-etnográfica (que se relacionada com os trabalhos de Uman, Strand e Rivers) vai em busca da última bruxa viva, “Ye”, em uma aldeia de Lanzarote (Ilhas Canárias). Em algumas gravações de sons antigos, as vozes dos pastores falam da existência mítica de bruxas e de viagens. No cotidiano de uma mulher, a magia de seus relatos se materializa enquanto espera-se o anoitecer. A noite é o momento em que as viagens são possíveis.

27/11 (sexta)
14h30 - Atividade paralela: Conferência com projeção de curtas: “Cinema de papel e tesoura. A colagem e a animação experimentação na Espanha” – Elena Duque - 90 min.
Conferência será realizada em espanhol.
Uma das primeiras formas de cinema de vanguarda foi a animação. Hans Richter e Viking Eggeling, pintores, sentiram as possibilidades artísticas da animação e começaram a explorá-las. Era apenas o começo de uma longa história da animação experimental, em que o desejo de imitar a realidade foi substituído pela exploração de novos caminhos estéticos. De McLaren a Fischinger e Len Lye, Robert Breer ou Larry Jordan até os dias de hoje: alguns dos cineastas mais importantes da história foram animadores. Esta conferência trará uma breve história do cinema experimental de animação e suas manifestações dentro do cinema espanhol. Serão exibidos fragmentos das seguintes obras:
·     Joaquim Puigvert – Exp. Nº3 (1960)
·    Fermí Marimon – Ballet burlón (1961)
·    Ton Sirera - Pintura 62 i 63 (1962-63)
·    Gabriel Blanco – La edad de piedra (1964)
·    Rafael Ruiz Balerdi - Homenaje a tarzan (1970)
·    Iván Zulueta - A MAL GAM A (1976)
·    Gerardo Armesto - Concierto para una escalera (1984)
·    Nicéforo Ortiz - No sé (1986)
·    Isabel Herguera – Spain Loves You (1988)
·    José Antonio Sistiaga - Impresiones en la alta atmósfera (1989)
·    Emilio Casanova / Isabel Biscarri – Sauragramas (1991) fragmento de un documental
·    Mercedes Gaspar Salvo – El sueño de Adán (1994) fragmento
·    Raúl Arroyo – Cada día paso por aquí (2004)
·    David Bestué y Marc Vives – Estado de Cambio (2010)
·    Pere Ginard - I... Dreaming Alice /Lazarus
·    Laboratorium – Leviatán / Soy Sauce Laura Ginés – Tengo miedo (2015)
·    Lucía Vilela – Bionte
E algunas obras de Elena Duque: La mar salada, Ñam, Recuerdo de A Coruña, cortinillas para “Tutti Frutti”, Cómo hacer un fanzine, cabecera (S8) 2015, Sandwich mixto, e fragmentos animados variados.

19h – Programa: “Animação. A cultura pop no cinema experimental de animação” - Curtas de David Domingo – 50 min. (Projeção em digital)
Súper 8 (1996) 8 min.
Sem diálogos.
Ode ao super 8 em uma trepidante torrente de imagens cortadas, montadas e manipuladas.

Café da manhã e merendas (Desayunos y meriendas) (2002) 7 min.
Sem diálogos.

Fantasia visual onde a materialidade, a textura do cinema, se manifestam com crueza numa mistura  de cenas roubadas de filmes clássicos e sequências absurdas interpretadas por atores fetiche; cinema abstrato, da anti-narrativa e da alucinação visual.

Sound of the Sun (2011) 3 min.
Sem diálogos.

Alguém envia ao Robocop um cartão postal do Robocop pedindo ajuda. A partir desse momento, tudo pode acontecer, uma fita cassete, a espuma protetora de um computador, um presente de uma amiga... Diário filmado de pequenas coisas filmadas e reveladas em casa.

Filme suado (Película Sudorosa) (2009) 18 min.
Sem diálogos.

A grande epopéia do Super 8. Como em “A Movie” de Bruce Conner ou em “Fireworks” de Kenneth Anger, soa como "Pini di Roma" de Respighi e se apresenta como a experiência mais extraordinária que você já teve com um filme de Super 8.

20h - Programa: “Não ficção e documentário experimental. A paisagem e sua dimensão” 1.2
Costa da Morte, de Lois Patiño – 83 min.
Galego com legendas em português.
A Costa da Morte é uma região da Galícia que, durante o imperio romano, foi considerada o fim do mundo. Seu nome, dramático, vem dos muitos naufrágios que ocorreram ao longo da história nesta área rochosa, de nevoeiros e tempestades. Atravessamos esta terra observando as pessoas que ali vivem: pescadores, lenhadores... testemunhamos o trabalho que realizam, o que os leva a manter, ao mesmo tempo uma relação íntima e uma batalha com a imensidão da natureza. O vento, o mar, a pedra, o fogo, são personagens deste filme, e através deles, nos aproximamos do mistério da paisagem, entendida como parte do homem, a história e o mito.


ATIVIDADES PARALELAS

Elena Duque
Oficina de Animação “Povera”*

*Arte Povera: Movimento artístico surgido na Itália, no final da década de 1960,  que se caracterizou pela utilização de materiais considerados “pobres” e mais acessíveis em um claro esforço de fugir da comercialização do objeto artístico.

Para além do desenho animado e da imitação naturalista da realidade, a animação também é um veículo para a experimentação. Cores, texturas, jogos perceptivos e materiais diversos  são recursos que abrem as portas para novas formas de ver o mundo. Distante dos estúdios e próximo ao trabalho solitário do autor, a oficina de animação “povera” pretende pensar o trabalho da animação a partir da “pobreza” – em termos econômicos, mas não estéticos—dos seus materiais e dos métodos de guerrilha, nos quais a idéia é privilegiada em relação à técnica, e o aproveitamento de materiais acessíveis é mais importante do que os altos custos de produção.

Duração: 24, 25 e 26 de Novembro
Horário: 10 – 13h.
Nº de participantes: 12 (máximo)
Dia 1 (2 horas)
Introdução a animação experimental com projeção de fragmentos de filmes.
Descrição de diversas técnicas de animação com exemplos práticos.
Organização do trabalho da oficina, propostas dos alunos, busca de materiais e definição do trabalho em equipe.
Dia 2 (3 horas)
Realização dos exercícios, parte 1: colagem, pintura, rotoscopia, cut-outs, pintura, stop-motion.
Dia 3 (3 horas)

Realização dos exercícios, parte 2: montagem e projeção dos trabalhos realizados.
Elena Duque é cineasta e programadora. Realizou diversos curtas-metragens de animação experimentais entre eles “Como fazer um fanzine”e “O mar salada” exibidos em diversos festivais internacionais. Trabalhou nos festivais de cinema de Gijón, Rotterdam e Bafici, no qual editou o livro “Val del Omar. Más allá de la órbita terrestre”, além de ter sido responsável pelas publicações e atuado como assessora de programação do (S8) Mostra de Cinema Periférico. Colaborou para publicações como Caimán Cuadernos de Cine e Lumière.



GRADE DE HORÁRIOS
24 a 27 de novembro de 2015

24/11 (terça)

10h30 – Oficina de Animação Povera – Elena Duque – 120 min.

19h - Programa: “Não ficção e documentário experimental. A paisagem e sua dimensão” Curtas de Lois Patiño – 56 min.

20h - Programa: “Montagem e Apropriação. A segunda vida das imagens” Curtas de Maria Cañas – 86 min. (debate após a sessão)

25/11 (quarta)

10h30 – Oficina de Animação Povera – Elena Duque – 180 min.

14h30 – Master Class: O “cine porcino” e as “videomaquias" de María Cañas: videoguerrilla, "risastencia" e menos grana é mais criatividade. Maria Cañas – 120 min.

20h - Programa: “Não ficção e documentário experimental. Diário filmado e cinema em primeira pessoa” No cow on the ice, de Eloy Domínguez – 83 min Depois da exibição: Encontro Lois Patiño e Eloy Domínguez – “Novos caminhos da ficção”

26/11 (quinta)

10h30 – Oficina de Animação Povera – Elena Duque – 180 min.

19h - Programa: ”Espaço Cinemateca. Arquivo e Memória do Cinema Espanhol” Curtas da Mostra (S8) – 60 min

20h - Programa: “Sinais do Novo Cinema Espanhol” Curtas da Mostra (S8) – 65min

27/11 (sexta)

14h30 - Atividade paralela: Conferência com projeção de curtas : “Cinema de papel e tesoura. A colagem e a animação experimentação na Espanha” – 90 min.

19h – Programa: “Animação. A cultura pop no cinema experimental de animação” Curtas de David Domingo – 50 min

20h - Programa: “Não ficção e documentário experimental. A paisagem e sua dimensão” Costa da Morte, de Lois Patiño – 83 min

2 comentários :